é... faz tempo que eu não posto nada aqui...
e quando apareço, não é para cumprir a função desse instrumento (pelo menos a original)...
é inegável a transitoriedade da história (minúscula). quando imaginei esse blog, foi muito mais como instrumento de apoio, a um grupo de estudantes que não podem ter emprestados os livros didáticos da biblioteca de sua própria escola(?!)...
enfim, como diz o velho deitado: 'tudo passa. até uva, passa'.
ao visitar o blog de meu grande amigo Juliano Pereira (etudoehistoria.blogspot.com), meu companheiro de faculdade(s), percebi o quanto estava sub utilizando esse espaço:
nunca tinha-o pensado como um 'confesionário', ou mesmo uma 'válvula de escape'. e muito menos, como o utiliza meu amigo, como instrumento de comunicação com seus colaboradores (o Estado insiste em chamá-los 'alunos'). não me culpem: em meus primeiros ensaios dissertativos, o chamado 'personal computer' ainda era coisa de 'CDF' em filme estadosunidense. sou estudante do tempo que prova era rodada em mimeógrafo...
vivendo e mal aprendendo:
agora que me ocorre que entramos no último bimestre do ano letivo. alguns já estão em clima de despedida ('já passei, professor' foi uma frase recorrente essa semana). ou seja, toda a nova idéia de utilização desse espaço como comunicação fica potencial para o próximo ano letivo.
se ele vier....
p.s.: ahh, a atualização de textos didáticos demorará, pq tds eles estão sendo reformulados (porcaria, perdi tds os arquivos de meu pc antigo. aliás, esse q uso é 'emprestado': VALEU, ZÉ AURÉLIO!!!!)
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Afinal, o que é historiologia???
A discussão central do termo se concentra em o que deveria ser realmente importante saber sobre a História . É importante decorarmos datas e fatos, heróis e batalhas, nomes e números? Isso explica alguma coisa sobre os 'fatos'? Sobre como a civilização se tornou o que é?
Ou é importante percebermos qual o Sentido de tudo isso?
Partindo desse raciocínio, o termo logos (estudo) parece bem apropriado. Afinal, o que buscamos é um estudo constante do processo histórico enquanto tal. É saber como se faz a História - não a Ciência, que talvez, epistemologicamente falando, deveria adotar o sufixo logia...
HISTORIOLOGIA!!!
. . .
Esse blog foi criado, a princípio, como ferramenta pedagógica complementar (postagem de textos de apoio). O que, claro, não inviabiliza a freqüência e/ou participação de todos os interessados pelas Ciências Humanas. Ao contrário. A idéia é que a discussão evolua. Sempre.
Alguns comentarão que os textos têm um formato bastante tradicional, semelhante aos livros didáticos. Peço desculpas: são textos didáticos...(alguns parecerão se repetir, aviso já). Não os adaptei para o blog.
Boa discussão a todos!
p.s.: a atualização de textos demorará um pouco, pois meu computador pessoal está com hérnia de disco (totalmente travado...)
Ou é importante percebermos qual o Sentido de tudo isso?
Partindo desse raciocínio, o termo logos (estudo) parece bem apropriado. Afinal, o que buscamos é um estudo constante do processo histórico enquanto tal. É saber como se faz a História - não a Ciência, que talvez, epistemologicamente falando, deveria adotar o sufixo logia...
HISTORIOLOGIA!!!
. . .
Esse blog foi criado, a princípio, como ferramenta pedagógica complementar (postagem de textos de apoio). O que, claro, não inviabiliza a freqüência e/ou participação de todos os interessados pelas Ciências Humanas. Ao contrário. A idéia é que a discussão evolua. Sempre.
Alguns comentarão que os textos têm um formato bastante tradicional, semelhante aos livros didáticos. Peço desculpas: são textos didáticos...(alguns parecerão se repetir, aviso já). Não os adaptei para o blog.
Boa discussão a todos!
p.s.: a atualização de textos demorará um pouco, pois meu computador pessoal está com hérnia de disco (totalmente travado...)
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Os Fins Justificam os Meios?
Nicolló Machiavelli (1469 - 1527)
Secretário de Estado da República de Florença, atua como diplomata (Itália, Alemanha, França) e na reorganização do exército. Com o fim da república (1512), foi mandado ao exílio (1512 – 1520), período em que escreve ‘O Príncipe’, assim como a maior parte de sua obra, que constitui uma reviravolta da perspectiva clássica da filosofia política grega - que buscava, a partir das condições que se deve viver, a elaboração do melhor regime político possível. Maquiavel parte das condições em que efetivamente se vive para 'elaborar' sua teoria. Na verdade, Maquiavel não 'cria' nada novo. Apenas retrata as práticas políticas que observa.
É um observador atento de seu tempo (toda a Europa estava em crise política, e mesmo a igreja passava por sua reforma). Assim, vê como os governos se mantêm e são derrubados. Sua conclusão é até certo ponto cruel: o objetivo supremo do governo é manter-se perpetuamente no poder, não importando os meios para atingi-lo. Nesse realismo político, considerações sobre a moral, no sentido cristão, são desconsideradas, embora ele proponha certos valores morais, que considera meios eficazes para a manutenção do poder. Escreve que a bondade leva à ruína em um ambiente calcado na maldade, donde vêm o início da ciência política que, sem valorações, descreve de modo frio os mecanismos sombrios do poder. Contudo, devemos considerar que a Europa de seu tempo corresponde às suas análises. Afinal, com a ruptura do modo de produção feudal, a peste negra, o surgimento dos estados nacionais, todo o imaginário se transforma. A Itália - assim como a Alemanha, também fragmentada - sofre com as disputas das ‘repúblicas italianas’ entre si, assim como com os ataques dos estados centralizados, estes em busca da ampliação de seu próprio território.
A partir da separação do poder temporal e do sagrado, Maquiavel defende a separação entre política e religião. Propõe uma ‘moral outra’: o príncipe deve ser um homem de virtù, aquele que, conhecendo as circunstâncias, deve saber arrebatá-las a seu favor. Assim, se os fins são as ‘boas causas’, que importa os meios para alcançá-las?
Em todos seus conselhos ao ‘príncipe’, a arte de se manter no poder coincide com o ideal de bem governar: é preciso manter-se no poder para assegurar a coesão social, a unidade justa da vida coletiva, que é, sobretudo, permanecer ao lado do povo. Assim, afirma que: “a um príncipe pouco deve importar as conspirações, se é amado pelo povo; mas se este é seu inimigo e o odeia, deve temer a tudo e a todos.”. A chave provável de seu pensamento está na afirmação de que “... o objetivo do povo é mais honesto que o dos poderosos; estes querem oprimir, e, aquele, não ser oprimido”. Assim, faz a distinção entre o tirano (que governa em causa própria, mesmo sem o uso da força) e o bom governante (que governa pelo Estado, mesmo que para tanto se torne um ditador).
Os fins justicam os meios? Depende de qual é o Fim...
Secretário de Estado da República de Florença, atua como diplomata (Itália, Alemanha, França) e na reorganização do exército. Com o fim da república (1512), foi mandado ao exílio (1512 – 1520), período em que escreve ‘O Príncipe’, assim como a maior parte de sua obra, que constitui uma reviravolta da perspectiva clássica da filosofia política grega - que buscava, a partir das condições que se deve viver, a elaboração do melhor regime político possível. Maquiavel parte das condições em que efetivamente se vive para 'elaborar' sua teoria. Na verdade, Maquiavel não 'cria' nada novo. Apenas retrata as práticas políticas que observa.
É um observador atento de seu tempo (toda a Europa estava em crise política, e mesmo a igreja passava por sua reforma). Assim, vê como os governos se mantêm e são derrubados. Sua conclusão é até certo ponto cruel: o objetivo supremo do governo é manter-se perpetuamente no poder, não importando os meios para atingi-lo. Nesse realismo político, considerações sobre a moral, no sentido cristão, são desconsideradas, embora ele proponha certos valores morais, que considera meios eficazes para a manutenção do poder. Escreve que a bondade leva à ruína em um ambiente calcado na maldade, donde vêm o início da ciência política que, sem valorações, descreve de modo frio os mecanismos sombrios do poder. Contudo, devemos considerar que a Europa de seu tempo corresponde às suas análises. Afinal, com a ruptura do modo de produção feudal, a peste negra, o surgimento dos estados nacionais, todo o imaginário se transforma. A Itália - assim como a Alemanha, também fragmentada - sofre com as disputas das ‘repúblicas italianas’ entre si, assim como com os ataques dos estados centralizados, estes em busca da ampliação de seu próprio território.
A partir da separação do poder temporal e do sagrado, Maquiavel defende a separação entre política e religião. Propõe uma ‘moral outra’: o príncipe deve ser um homem de virtù, aquele que, conhecendo as circunstâncias, deve saber arrebatá-las a seu favor. Assim, se os fins são as ‘boas causas’, que importa os meios para alcançá-las?
Em todos seus conselhos ao ‘príncipe’, a arte de se manter no poder coincide com o ideal de bem governar: é preciso manter-se no poder para assegurar a coesão social, a unidade justa da vida coletiva, que é, sobretudo, permanecer ao lado do povo. Assim, afirma que: “a um príncipe pouco deve importar as conspirações, se é amado pelo povo; mas se este é seu inimigo e o odeia, deve temer a tudo e a todos.”. A chave provável de seu pensamento está na afirmação de que “... o objetivo do povo é mais honesto que o dos poderosos; estes querem oprimir, e, aquele, não ser oprimido”. Assim, faz a distinção entre o tirano (que governa em causa própria, mesmo sem o uso da força) e o bom governante (que governa pelo Estado, mesmo que para tanto se torne um ditador).
Os fins justicam os meios? Depende de qual é o Fim...
Por um 'contrato social'
O Contratualismo
O conceito de Estado de Natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas concepções principais, a de Thomas Hobbes (1588 - 1679), onde vigora a constante guerra de todos contra todos, onde reina o medo da morte violenta – para se protegerem, os homens inventaram armas e cercaram propriedades, duas atitudes inúteis, já que sempre surgirá alguém mais forte – a única lei é a do mais forte, que tudo pode enquanto tiver força para garantir suas conquistas; e a de Jean Jacques Russeau (1712 - 1778), para quem o Estado de Natureza seria o da felicidade original, no qual o homem seria um bom selvagem inocente, inexistindo conflitos de qualquer espécie, até que alguém cerca um terreno, originando a propriedade privada, e o Estado de Sociedade, correspondendo ao conceito de Hobbes. Tanto o conceito de Estado de Natureza de Hobbes, quanto o de Estado de Sociedade de Russeau demonstram o social como uma luta entre fracos e fortes, vigorando o poder da força e, para escapar dessa situação ameaçadora, os homens resolvem criar o poder político e as leis, criando o Estado Civil. A passagem de um estado a outro se dá por um contrato social, pelo qual os homens renunciam à liberdade e à posse natural, concordando em transferir a um terceiro – o soberano – o poder de legislar, fundando o conceito de soberania. Pelo direito natural os indivíduos formam a vontade livre da sociedade, voluntariamente fazem um contrato e transferem ao soberano o poder de dirigi-los. O Estado, assim, tem poderes absolutos, precisando apenas garantir os direitos à vida, à paz, e à propriedade, justamente os direitos que não eram assegurados no Estado de Natureza.
O Liberalismo
No pensamento político, tanto de Hobbes quanto de Russeau, a propriedade privada é um direito civil, já que não está garantida nem no Estado de Natureza, nem no Estado de Sociedade. Assim, a propriedade privada é um efeito do Contrato Social e um decreto do soberano, teoria que não era suficiente para a burguesia em ascensão, que detinha o poder econômico, mas não o poder político. Era necessário, então, uma teoria que lhe desse legitimidade maior que o sangue ou a hereditariedade, e que aparecerá como a propriedade privada sendo um direito natural, concebida por John Locke (1632-1704):
“... Deus é um arquiteto que fez uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse, e,a o expulsa-lo do paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esses motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.” [1]
Assim, a burguesia aparece como superior tanto à nobreza quanto aos pobres, já que acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto os nobres são parasitas sociais, e o pobre, incompetente, já que não consegue acumular capital, culpado assim por sua própria pobreza.
Se a função do Estado é garantir e defender a propriedade privada, qual é o do soberano? A teoria liberal afirmará que sua função é tríplice: 1- por meio das leis e do uso legal da força, garantir o direito natural de propriedade, sem interferir na vida econômica; 2- já que os proprietários são capazes de estabelecer as regras e normas da vida econômica, o Estado tem a função de árbitro em eventuais conflitos; 3- o Estado tem o direito de legislar o que pertença à vida pública, mas não de intervir sobre a consciência dos governados.
[1] Chauí, Marilena. ‘Convite à Filosofia’, p 401.
O conceito de Estado de Natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas concepções principais, a de Thomas Hobbes (1588 - 1679), onde vigora a constante guerra de todos contra todos, onde reina o medo da morte violenta – para se protegerem, os homens inventaram armas e cercaram propriedades, duas atitudes inúteis, já que sempre surgirá alguém mais forte – a única lei é a do mais forte, que tudo pode enquanto tiver força para garantir suas conquistas; e a de Jean Jacques Russeau (1712 - 1778), para quem o Estado de Natureza seria o da felicidade original, no qual o homem seria um bom selvagem inocente, inexistindo conflitos de qualquer espécie, até que alguém cerca um terreno, originando a propriedade privada, e o Estado de Sociedade, correspondendo ao conceito de Hobbes. Tanto o conceito de Estado de Natureza de Hobbes, quanto o de Estado de Sociedade de Russeau demonstram o social como uma luta entre fracos e fortes, vigorando o poder da força e, para escapar dessa situação ameaçadora, os homens resolvem criar o poder político e as leis, criando o Estado Civil. A passagem de um estado a outro se dá por um contrato social, pelo qual os homens renunciam à liberdade e à posse natural, concordando em transferir a um terceiro – o soberano – o poder de legislar, fundando o conceito de soberania. Pelo direito natural os indivíduos formam a vontade livre da sociedade, voluntariamente fazem um contrato e transferem ao soberano o poder de dirigi-los. O Estado, assim, tem poderes absolutos, precisando apenas garantir os direitos à vida, à paz, e à propriedade, justamente os direitos que não eram assegurados no Estado de Natureza.
O Liberalismo
No pensamento político, tanto de Hobbes quanto de Russeau, a propriedade privada é um direito civil, já que não está garantida nem no Estado de Natureza, nem no Estado de Sociedade. Assim, a propriedade privada é um efeito do Contrato Social e um decreto do soberano, teoria que não era suficiente para a burguesia em ascensão, que detinha o poder econômico, mas não o poder político. Era necessário, então, uma teoria que lhe desse legitimidade maior que o sangue ou a hereditariedade, e que aparecerá como a propriedade privada sendo um direito natural, concebida por John Locke (1632-1704):
“... Deus é um arquiteto que fez uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse, e,a o expulsa-lo do paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esses motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.” [1]
Assim, a burguesia aparece como superior tanto à nobreza quanto aos pobres, já que acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto os nobres são parasitas sociais, e o pobre, incompetente, já que não consegue acumular capital, culpado assim por sua própria pobreza.
Se a função do Estado é garantir e defender a propriedade privada, qual é o do soberano? A teoria liberal afirmará que sua função é tríplice: 1- por meio das leis e do uso legal da força, garantir o direito natural de propriedade, sem interferir na vida econômica; 2- já que os proprietários são capazes de estabelecer as regras e normas da vida econômica, o Estado tem a função de árbitro em eventuais conflitos; 3- o Estado tem o direito de legislar o que pertença à vida pública, mas não de intervir sobre a consciência dos governados.
[1] Chauí, Marilena. ‘Convite à Filosofia’, p 401.
O Conflito Epistemológico da Modernidade
Galileu, Bacon e Descartes
Surge uma nova concepção de ‘ciência’, a partir do surgimento do Humanismo [os valores humanos acima de todos os outros valores].
Galileu Galilei [1564 – 1642], considerado o ‘pai da física moderna’, aprimora o sistema heliocêntrico divulgado[1] por Kopernik, considerado incompatível com os textos bíblicos [o ‘Almagesto’ de Ptolomeu regia a astronomia há quatorze séculos, com o aval da Igreja], que defendia o ‘Geocentrismo’. Em 1616, Galileu é acusado de heresia, e inocenta-se ao afirmar que o sistema heliocêntrico era meramente hipotético. Galileu não apenas construíra seu próprio telescópio (1609), como também aprimorou ao aparelho, passando a observar o céu todas as noites...
Em 1623 publica ‘O Experimentador’, onde contesta o conceito aristotélico da especulação, estabelecendo a Matemática como fundamento das ciências exatas. Neste mesmo ano, Urbano VIII, amigo íntimo de Galileu, é eleito papa. Galileu imagina que se iniciaria uma era de tolerância da Igreja...
Mas logo em 1633,é acusado novamente pela inquisição, condenado à prisão domiciliar e proibido de publicar suas obras.
Galileu cria um novo conceito de ciência, onde a realidade é vista como um sistema racional de mecanismos físicos. O Conhecimento é do tipo mecânico, ou seja, de relações necessárias de causa e efeito.
Francis Bacon [1561 – 1626] “O Poder Pertence a Quem Possui o Saber”.
Bacon acreditava que o avanço das técnicas e conhecimentos provocaria a grande reforma da vida humana, o que chamou de “Grande Instauração”. Em sua obra ‘Novum Organon’ [1620], investiga as causas do erro. A Crítica aos Ídolos [2]: da Tribo – as opiniões que se formam em nós em decorrência de nossa natureza humana, ou seja, as imperfeições do intelecto, que levam o homem a acreditar nos dados dos sentidos ou em aspectos da realidade que lhe são mais convenientes; da Caverna – a predisposição do intelecto de cada indivíduo, que toma seu mundo particular com sendo a verdadeira realidade, ou as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos sentidos; do Teatro – as opiniões formadas em decorrência dos poderes das autoridades, que impõem seus pontos de vistas e os transformam em leis inquestionáveis; e do Fórum [ou do Mercado] – opiniões que se formam como conseqüência da linguagem e de nossa relação com os outros.
Contra tais ídolos, Bacon propõe o “Método Experimental”, em que não só é necessário descrever TODAS as circunstâncias em que um dado fenômeno ocorre, mas igualmente investigar as circunstâncias em que ele NÃO ocorre. É o exame detalhado dos diversos casos particulares e a relação entre eles que leva ao conhecimento. Esse método é chamado por ele de indução, com o qual contrapõe ao da ‘dedução’, de Aristóteles.
A ‘experiência’ para ele é a possibilidade de utilizar as forças da Natureza em benefício do Homem, onde desvendar o modo como os fenômenos ocorrem significa conhecer as possibilidades de manipulá-los.
René Descartes [1596 – 1650]
Com ele, o ceticismo chega a uma formulação sistemática: trata-se de examinar criteriosamente todas as coisas, a fim de descobrir nelas elementos sobre os quais possa recair alguma suspeita. Seu ceticismo é a “Dúvida Metódica”, a dúvida conduzida por um método rigoroso. Assim, dessa postura resta apenas a certeza de que o pensamento duvida e de que, para tanto, ele deve existir. Ou seja, ‘se duvido que duvido, ainda assim continuo duvidando’: “Penso, logo, existo”, significa que o critério da verdade é a evidência.
Desse modo, o ser que pensa (‘res cogitans’, coisa pensante) esta´condenado a uma existência solitária, ou à ‘certeza solitária de si mesmo’, já que o mundo não pode ser demonstrado como ‘coisa verdadeira’, já que apenas “idéias claras e distintas” se revelam verdadeiras.
[1] A teoria heliocêntrica havia sido criada por Aristarco de Samos (310 – 230 aC). Copérnico é autor do primeiro tratado sobre o tema...
[2] Gr. Eidolon, imagem...
Surge uma nova concepção de ‘ciência’, a partir do surgimento do Humanismo [os valores humanos acima de todos os outros valores].
Galileu Galilei [1564 – 1642], considerado o ‘pai da física moderna’, aprimora o sistema heliocêntrico divulgado[1] por Kopernik, considerado incompatível com os textos bíblicos [o ‘Almagesto’ de Ptolomeu regia a astronomia há quatorze séculos, com o aval da Igreja], que defendia o ‘Geocentrismo’. Em 1616, Galileu é acusado de heresia, e inocenta-se ao afirmar que o sistema heliocêntrico era meramente hipotético. Galileu não apenas construíra seu próprio telescópio (1609), como também aprimorou ao aparelho, passando a observar o céu todas as noites...
Em 1623 publica ‘O Experimentador’, onde contesta o conceito aristotélico da especulação, estabelecendo a Matemática como fundamento das ciências exatas. Neste mesmo ano, Urbano VIII, amigo íntimo de Galileu, é eleito papa. Galileu imagina que se iniciaria uma era de tolerância da Igreja...
Mas logo em 1633,é acusado novamente pela inquisição, condenado à prisão domiciliar e proibido de publicar suas obras.
Galileu cria um novo conceito de ciência, onde a realidade é vista como um sistema racional de mecanismos físicos. O Conhecimento é do tipo mecânico, ou seja, de relações necessárias de causa e efeito.
Francis Bacon [1561 – 1626] “O Poder Pertence a Quem Possui o Saber”.
Bacon acreditava que o avanço das técnicas e conhecimentos provocaria a grande reforma da vida humana, o que chamou de “Grande Instauração”. Em sua obra ‘Novum Organon’ [1620], investiga as causas do erro. A Crítica aos Ídolos [2]: da Tribo – as opiniões que se formam em nós em decorrência de nossa natureza humana, ou seja, as imperfeições do intelecto, que levam o homem a acreditar nos dados dos sentidos ou em aspectos da realidade que lhe são mais convenientes; da Caverna – a predisposição do intelecto de cada indivíduo, que toma seu mundo particular com sendo a verdadeira realidade, ou as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos sentidos; do Teatro – as opiniões formadas em decorrência dos poderes das autoridades, que impõem seus pontos de vistas e os transformam em leis inquestionáveis; e do Fórum [ou do Mercado] – opiniões que se formam como conseqüência da linguagem e de nossa relação com os outros.
Contra tais ídolos, Bacon propõe o “Método Experimental”, em que não só é necessário descrever TODAS as circunstâncias em que um dado fenômeno ocorre, mas igualmente investigar as circunstâncias em que ele NÃO ocorre. É o exame detalhado dos diversos casos particulares e a relação entre eles que leva ao conhecimento. Esse método é chamado por ele de indução, com o qual contrapõe ao da ‘dedução’, de Aristóteles.
A ‘experiência’ para ele é a possibilidade de utilizar as forças da Natureza em benefício do Homem, onde desvendar o modo como os fenômenos ocorrem significa conhecer as possibilidades de manipulá-los.
René Descartes [1596 – 1650]
Com ele, o ceticismo chega a uma formulação sistemática: trata-se de examinar criteriosamente todas as coisas, a fim de descobrir nelas elementos sobre os quais possa recair alguma suspeita. Seu ceticismo é a “Dúvida Metódica”, a dúvida conduzida por um método rigoroso. Assim, dessa postura resta apenas a certeza de que o pensamento duvida e de que, para tanto, ele deve existir. Ou seja, ‘se duvido que duvido, ainda assim continuo duvidando’: “Penso, logo, existo”, significa que o critério da verdade é a evidência.
Desse modo, o ser que pensa (‘res cogitans’, coisa pensante) esta´condenado a uma existência solitária, ou à ‘certeza solitária de si mesmo’, já que o mundo não pode ser demonstrado como ‘coisa verdadeira’, já que apenas “idéias claras e distintas” se revelam verdadeiras.
[1] A teoria heliocêntrica havia sido criada por Aristarco de Samos (310 – 230 aC). Copérnico é autor do primeiro tratado sobre o tema...
[2] Gr. Eidolon, imagem...
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